quinta-feira, 17 de maio de 2007

fev 99 - 17.05.2007.

marca-se uma temporada que não vou esquecer!
aí está um novo começo para mim...

Este poema pareceu-me apropriado!






pastelaria


Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
— ele há tanta maneira de compor uma estante!

Afinal o que importa é não ter medo:
fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício

Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
Porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora — ah, lá fora! — rir de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

Mário Cesariny

2 comentários:

Anónimo disse...

Toda a bonança deste e do outro mundo para um fazedor de sabonetes...

dan disse...

bonito;-)

!dá-lhe - e como o tempo só anda para frente, boas continuações